quarta-feira, 25 de novembro de 2009

toque?

Relanças um olhar de soslaio ao telemóvel, como quem espera uma importante chamada, isto sem ele sequer tocar, perguntaste será que vibrou ou tocou e eu não dei por isso?? Bem com se fores a correr para ele até parece mal decides ir ver que horas são.. Computador à frente, televisão com ao lado relógio do outro lado, mas não.. Vais ver ao telemóvel.. Acabas de ver as horas e, num movimento contido, restrito, pousas o telemóvel como se nada fosse, tal na seja a tua vontade de o fazer em pedacinhos pequeninos só por causa da estupidez idónea de que te apercebes estar a viver..
Isto para não falar de quando recebes uma mensagem, ai é o quase enfarte do miocárdio que, mais uma vez do modo mais contido que consegues te aproximas do telemóvel, e dói tanto na ir a correr e na esboçar uma cara de criança mais feliz do mundo, agarras no telemóvel, como será que isto se desbloqueia? Nunca te lembras nestas alturas, até que após o milésimo enfarte, aqui está a causa de tanta miocardiopatia, consegues carregar na maldita tecla que te deixa vislumbrar a podridão que é receberes uma mensagem da tua rede. Pior que tudo, a sentires-te como um nada largas o telemóvel e pensas no quão degradante é para ti estares assim, pensas que devias desistir de tal utensílio, se calhar desistires de lhe enviar mensagens,viver uma vida mais simples, quase! Quase decides desligá-lo, colocas na mesa afastado de ti e, mais uma vez..
Relanças um olhar de soslaio ao telemóvel, como quem espera uma importante chamada, apesar de saberes que, a ti, não te vai ligar.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estrangulamentos de pensamentos

Resumo rápido de como estrangulas os teus pensamentos em prol do platónico, fazes filmes, estreias, lanças foguetes, apanhas canas, lanças em formato dvd, em k7, arquivas para mais tarde recordar.
Aqui começas a libertar a corda que tanto tempo apertou todos os outros pensamentos, fazendo com que a tua vida tivesse sempre o mesmo rumo, mas, sabes que eventualmente, depois de arquivares voltas e ainda acabas por fazer a adaptação para teatro mas desta vêz com menos sentimento e mt mais acção, onde já consegues uma pequena folga no estrangulamento dando abertura para o desejo sem toldar na totalidade o raciocínio, pois ao mínimo sinal da lembrança do que foste, sentiste, provaste, disseste, activas todos os mecanismos que te façam dizer..
"Acho que seria giro comer-te.." Recusas para o resto o apertar da corda que te poderia levar a reviver o amar sem para isto te ser possível viver....

domingo, 1 de novembro de 2009

complexamente simples

No cair da noite, já sem sol, mas ainda sem lua, vejo-me só..
Sem ninguém aqui, a meu lado..
Seria diferente se vivesse com outras pessoas?
Ou se estivesse na casa dos meus pais?
Não.. Nem sequer vale a pena tais presunções.
Já vivi de ambos os modos e sempre fui, como dizer, o "melhor", a sentir-me só..
Não uma solidão de não existir ninguém, mas uma solidão de não estarem lá para ti.
Para te dizerem o que precisas ouvir, sem sequer teres de abrir boca.
Para, mesmo sem falarem, só com a sua presença, conseguirem o que mil palavras não conseguem, e afastar o sem fim de pensamentos inúteis, filosóficos, platónicos, pensamentos que se insurgem e tentam reger a tua vida tirando-lhe verdadeiros objectivos ou significados, em troca de floreados implementados pelo mundo que te rodeia e os seus espinhos.
Agarras os floreados, ou receias os seus espinhos, nada dizes numa indecisão constante de receio da exposição do teu ser numa convicção de que te vais ferir de que te podem destruir a ti ao teu mundo ao mundo que é visto em ti. Um mundo tão vasto tão complexamente simples que poderias mostrar se voltasses ao teu inicio e, eliminando tudo o que te ensinaram poderias ser tu, ai sim, acredito, mesmo sozinho a solidão não estaria lá para te acompanhar, pois não te fora ensinada, não terias nada a reservar, não temerias, não te seguirias por linhas já traçadas.
Eras tu