domingo, 1 de novembro de 2009

complexamente simples

No cair da noite, já sem sol, mas ainda sem lua, vejo-me só..
Sem ninguém aqui, a meu lado..
Seria diferente se vivesse com outras pessoas?
Ou se estivesse na casa dos meus pais?
Não.. Nem sequer vale a pena tais presunções.
Já vivi de ambos os modos e sempre fui, como dizer, o "melhor", a sentir-me só..
Não uma solidão de não existir ninguém, mas uma solidão de não estarem lá para ti.
Para te dizerem o que precisas ouvir, sem sequer teres de abrir boca.
Para, mesmo sem falarem, só com a sua presença, conseguirem o que mil palavras não conseguem, e afastar o sem fim de pensamentos inúteis, filosóficos, platónicos, pensamentos que se insurgem e tentam reger a tua vida tirando-lhe verdadeiros objectivos ou significados, em troca de floreados implementados pelo mundo que te rodeia e os seus espinhos.
Agarras os floreados, ou receias os seus espinhos, nada dizes numa indecisão constante de receio da exposição do teu ser numa convicção de que te vais ferir de que te podem destruir a ti ao teu mundo ao mundo que é visto em ti. Um mundo tão vasto tão complexamente simples que poderias mostrar se voltasses ao teu inicio e, eliminando tudo o que te ensinaram poderias ser tu, ai sim, acredito, mesmo sozinho a solidão não estaria lá para te acompanhar, pois não te fora ensinada, não terias nada a reservar, não temerias, não te seguirias por linhas já traçadas.
Eras tu

Sem comentários: