terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Não peço nada..


Não peço nada, porque tudo o que recebo acaba por me rasgar, trespassar, destruir, mais cedo ou mais tarde. Então é melhor ficar somente com o que me dás certo? Fingir que sou nada e com isso não me importo, fingir que me contento com a necessidade que, em falta de alguém, tens de que te idolatrem, que te apoiem, que estejam lá. Fingir que me contento com a espera, dádiva recebida quando não estás só e eu estou.
Não peço nada porque tudo o que recebo são palavras envoltas no silêncio que só eu vejo, palavras que também eu uso, mas não para ti. Gestos envoltos na solidão e instinto básico de procura de alguém, gestos que também eu uso, mas não para ti.
Não peço nada porque tudo o que recebo é nada.

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