domingo, 24 de janeiro de 2010

Vou-te Contar uma Historia..




Era uma vez um puto
Sim, um puto que tinha a melhor mãe do mundo, como todas as mães o são ou deviam ser, protegia-o, guardava-o, escondia-o da crueldade que nos rodeia.
O puto, ao crescer, aprendeu logo desde tão cedo como pequena era a sua idade, que, afinal nem tudo era tão belo como a sua mãe desejara..
Que a dor, tristeza, desilusão seriam mote do seu viver.
Sarcaz destino, como ainda belo que era e, já adivinhava o seu futuro, amando somente impossibilidades de ser amado.
Cresceu num desenrolar de descobertas e lutas na tentativa de ter do mundo a aceitação e amor que a sua mãe o ensinara a sentir.
Resignou-se à sua mera condição de existência, a todos os estereótipos, pré-conceitos, estupidez e maldade que, já incutidos nos outros não o deixavam respirar.
Quase desistiu de lutar, tal era o peso que esmagava sem hesitar o seu ser.
Quase! Não desistiu, por medo , medo de no fim começar um destino que sabe ainda pior.
Assim foi crescendo, sempre no limbo da incerteza do valer a pena lutar, ou não lutar.
Vinte e Sete Sois, Vinte e Sete Luas, Trezentas e Sessenta e Cinco vezes vividas e a historia deste puto mantêm-se.
Continua a ser um puto num mundo de adultos, com regras, normas que não quer seguir, que não vai obedecer.
"Carpe diem" expressão que aprendeu já à tantos anos, tem sido a lei do seu viver, "vive cada dia como se fosse único".
E, assim, o puto, como se fosse um rebelde, há quem chame de rebelde não há? Limita-se a viver o Hoje, a tentar não trazer o Ontem e, ignorar o Amanha que vê não ter.
Porem, mesmo com tamanho ideal, a vivência esculpiu-o como ele não queria, congelou-lhe a face, o falar, restringindo-o de dizer sentires, amares..
Esconde-se nas palavras escritas ditas a ti, a mim, a vós, para que, mesmo sem esperança, possas compreender e, estar lá, hoje, aqui, com ele. Sem mais nada sem todo este mundo que o rodeia, com quem ele não quer estar.
Para que, mesmo sem esperança, digas o que não te consegue dizer, pois não foi ensinado a dizê-lo.
Afinal, apesar do tempo passar, continua a ser um puto, com sonhos, esperanças, medos, receios, parvo, alegre, triste, brincalhão, que apenas quer ser feliz.
Esta é a história, sem final, porque hoje.. Não é o dia.

1 comentário:

M de Naia disse...

:)
nao percam o proximo episodio porque nós tambem nao!